segunda-feira, 18 de junho de 2007

Mudanças... mudanças...nada por acaso!!!!










Bem,
como tudo é maravilhoso na vida de quem se ama, escrevo dizendo a vocês o quanto coisas fnatásticas estão acontecendo a vocÊs, não vou entrar em detalhes , pois confio na lenda de que o que é seu deve ficar em segredo.Agora também faço parte da equipe do Antena mix, um revista interativa direcionada ao público GLS e lá escreverei sobre cinema , função que amo. Agradeço muito a Henrique Luffato pela confiança em mim e me deixar ficar com uma coluna que vai me fazer evoluir muito na minha profissão. Espero não decepcionar vocês e desejo que vocês entrem sempre, ficando sempre antenado com o que têm de cultura no mundo.
Hoje deixo para vocês a mesma indicação que deixei lá , pois como agora terei que escrever em dois meios de comunicação sempre vou deixar indicações nos dois.


NÃO POR ACASO!!!!

Três personagens obcecados por controle precisam aprender a lidar com perdas para conquistar quem amam. Estréia na direção de longas do cineasta Philippe Barcinski, que realizou o premiado curta ''Palíndromo''.

Vai muito além da metragem a diferença entre curtas e longas. É preciso, antes de mais nada, entender de ritmo para contar em uma hora e meia uma história que antes se limitava a 20 minutos. Se não fosse desafio suficiente, o diretor Philippe Barcinski arruma para si um enrosco na hora de trocar o sucesso no curta-metragismo (Palíndromo, Janela aberta) pela vidraça dos longas.
O enrosco, o cinema de simbolismo, é como uma viela - há pouco espaço para manobrar quando se atrelam imagens a significados. Em Não por acaso, Pedro (Rodrigo Santoro) fabrica mesas de sinuca; sua vida amorosa é levada como uma jogada estudada com antecedência. Já Ênio (Leonardo Medeiros, de
Cabra-Cega), vigilante dos semáforos da companhia de engenharia de tráfego paulistana, opera sob disciplina semelhante - qualquer evento estranho na sua vida pessoal, como uma filha que ele não conhecia, é tratado como um engavetamento. Pedro e Ênio são, em suma, e em sintonia com o lugar onde moram, dois metódicos.
Cinema de simbolismo é isso: os dois mal se dão conta de que suas vidas são tão regidas pelo método quanto seus trabalhos, mas o filme deixa isso claro para o espectador desde o começo. E o simbolismo é uma encrenca, na maioria das vezes, porque não é fácil oxigenar um roteiro que embica para esse lado; o esquematismo é quase inevitável. Uma hora o acaso pegará os dois personagens e a eles será exigido que executem um movimento fora das suas rotinas. O desfecho fica evidente com pouco mais de meia hora transcorrida de filme.
O caso é que Não por acaso surpreende.
O diretor não só contorna o desgaste das simbologias com novas imagens impregnadas de significado, como também guarda para o fim surpresas no comportamento dos personagens. Quando você acha que a premissa não rende mais, como uma comédia de uma piada só, o diretor saca um signo novo.
Como todo bom cineasta, Barcinski resolve sua obra na imagem, então é preciso atentar não apenas para o texto se o espectador quiser capturar tudo o que o filme tem a oferecer. São pequenas sacadas poéticas que burlam a cronometragem do dia-a-dia, como a inundação em um apartamento que encobre a geometria dos tacos no chão, como a paisagem arborizada vista de uma quadrada sala fria, como o caos sadio das bicicletas no fim de semana fechado para carros do Minhocão.
O carioca Barcinski vive há dez anos em São Paulo, e mantém, no cinema, o olhar não-contaminado das pessoas que ainda reparam na cidade sem indiferença. A maravilha de um lugar previsível como a capital paulista é conseguir enxergar essa beleza que há nos acasos. Ênio e Pedro são uma síntese de São Paulo, e o que o filme reserva para sacudir as suas vidas são aquelas coisas que, por imprevistas, mantêm a cidade viva.



Obrigado a todos vocês, hoje escrevo pouco, mais indico um bom filme.
E ao antena mix, obrigado por me ter como parte da equipe.
bjus


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