domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sexo com amor.... real ou sobrenatural?



Estou muito feliz com as produções cinematográficas brasileiras atualmente, cada dia mais sou surpreendido com grandes produções que futuramente se tornaram clássico. O ano de 2007 esteve repleto de obras belíssimas que mobilizou a impressa brasileira e até mundial, esse ano espero ter surpresas entre os filmes que irão estrear, apesar que a primeira produção que fui assistir deixou a desejar. O filme em questão nos mostra um tema muito comum em nosso dia a dia. Dirigido por Wolf Maia, “Sexo Com Amor?” poderia ser descrito simplesmente como medíocre, mas ele vai além. Torna-se difícil identificar o que é pior na produção: a direção, as atuações ou as trilhas desnecessárias e sem motivo. Jorge (José Wilker, de “O Maior Amor do Mundo”) e Mônica (Marília Gabriela, de “Avassaladoras”) vivem muito bem. Ela sabe dos casos extraconjugais dele e a única coisa que exige é que nunca deixe isso atrapalhar seu casamento. Porém, Jorge está apaixonando-se por Luíza (Carolina Dieckmann), professora primária de seu filho. Esta, por sua vez, tem um relacionamento difícil com o namorado Pedro, já que não se deixa envolver totalmente por ele por conta de seu conturbado caso com Jorge. Paralelo a isso, outras duas histórias desenrolam-se, como a de Pedro (Eri Johnson, de “Uma Aventura do Zico”) e Mara (Maria Clara Gueiros, de “Xuxa Gêmeas”), que encontram dificuldades na cama. Ela já não sente mais tanto desejo quanto antes e ele está à flor da pele. Para completar, uma sobrinha cheia de más intenções chega para passar férias na casa do casal suburbano, provocando nele ainda mais desejo. E então conhecemos o terceiro casal da trama: Rafael (Reynaldo Gianecchini, de “O Primo Basílio”), que não consegue deixar de trair a esposa Paula (Malu Mader, de “Sexo, Amor e Traição”), até o dia em que suspeita que ela esteja lhe dando o troco.
No meio de tanto desejo, traições, ciúmes, paixões e fantasias, que poderia ter sido uma intrincada rede de relações, o longa-metragem é superficial. Não há profundidade na maioria dos personagens, o que faz com que a história passe quase despercebida. A verdade (e provavelmente seu maior problema) é que é mal realizado em todos os seus aspectos. Resta salientar que se trata da refilmagem de um bem-sucedido longa chileno de mesmo título, que arrebatou bilheteria no país de origem.




Wolf Maia mais uma vez conseguiu a proeza de fazer um filme naquele estilo novelão que ganha às telas de cinema. Entre ele e Daniel Filho, ainda não consegui distinguir quem é pior, porque no fundo os dois fazem o mesmo cinema fraco e de planos sem nenhuma criatividade. É o básico do básico para o espectador que venera a Rede Globo até mesmo quando pode estar livre de sua programação.
O elenco chega a ser constrangedor. Em meio a tantos nomes globais, o que dá a uma produção como essa a garantia de certo público nas salas, eles conseguem ser ainda piores que em suas atuações medianas de novela. Marília Gabriela segue no seu papel de sempre, sem mudar nenhuma vírgula de sua atuação (seja qual for à personagem); Malu Mader é Malu Mader de novo e Gianecchini talvez seja o mais assustador da película. Tão fraco que chega a ser embaraçoso – e isso para não falar da ponta de Danielle Winits (“Se Eu Fosse Você”) como uma inacreditável aeromoça americana, com direito a sotaque gringo forçado. Para não dizer que nada se salva no filme, há Maria Clara Gueiros, que fecha uma parceria hilária com Eri Johnson. O casal está divertido, em sintonia e quase parece real vez por outra. Suas cenas juntos são impagáveis, garantindo boas risadas.
Filmes como "Sexo com Amor?" chegam a ser tão fracos que não existem muitos comentários apropriados. A sensação que eu tive foi mesmo de descrença de ver algo daquele tipo na tela. Quase constrangida – e olha que eu nem participei da realização dele. E francamente, alguém pode explicar o que é aquela trilha sonora? Lamentável. Mais ainda me sinto disponível e com forte esperança quem teremos muitos clássicos em 2008 no mundo cinematográfico nacional.



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